As festas juninas são uma tradição em todo o Brasil,
principalmente na Região Nordeste. São festas em homenagem a três santos, São João Batista, dia 24 de junho, Santo Antônio,
dia 13 e São Pedro, dia 29.
Durante as festas existem diversos costumes, como acender
fogueiras, soltar balões e fogos de artifício, comer certos pratos típicos (milho verde, pinhão, batata-doce
assados, pamonha, pipoca, pé-de-moleque, paçoca, arroz-doce, bolo de fubá, pão de queijo,
etc.), fazer quermesses, dançar quadrilhas e muitas, muitas brincadeiras. E, como a festa junina é de origem rural,
as pessoas costumam vestir roupas “caipiras”.
Embora hoje em dia elas sejam associadas à fé cristã,
a origem das festas juninas, assim como a de muitas outras festas, é pagã. Os povos primitivos que ocupavam a Europa e o Oriente
Médio comemoravam a chegada do solstício do verão entre os dias 22 e 23 de junho e pediam aos deuses proteção para as plantações
e para os animais.
No século VI o Vaticano instituiu o dia 24 de junho
para a comemoração do nascimento de São João. Os povos europeus já tinham o costume de acender grandes fogueiras para celebrar
a chegada do sol e do calor, e o cristianismo converteu a tradição pagã numa festa católica.
No século XIII, os portugueses incluíram os outros dois
santos na comemoração: Santo Antônio, nascido em Portugal mas morto em Pádua, na Itália, em 13 de junho de 1195, e São Pedro,
cuja morte aconteceu em 29 de junho.
A tradição portuguesa chegou ao Brasil com os primeiros
colonizadores, e foram assimiladas pelos índios e pelos escravos africanos. Mais tarde, com a chegada da família real portuguesa
e sua corte de 15.000 aristocratas ao Rio de Janeiro em 1808, chegaram também novos costumes, como a contradança, originada
na country-dances, bailes camponeses da Normandia e da Inglaterra e que animava
as festas da realeza. Com o tempo, essas danças saíram dos salões nobres e passaram a animar as festas populares também. Com
o nome de “quadrilha”, a dança representa o dia-a-dia dos trabalhadores da roça e os perigos e as dificuldades
que eles enfrentam a caminho do trabalho. Dependendo da região, há também outras músicas e danças que animam as festas juninas.
Atualmente, a festa de São João Batista é eminentemente
urbana, cada vez mais comercial e espetacular. Sua importância é medida por todas as festas realizadas durante todo o mês
de junho em todo o Brasil e pela grande quantidade de turistas que assistem às festas no Nordeste, onde elas duram 24 horas
e mostram algumas semelhanças com o Carnaval.
VOCABULÁRIO
Fogueira:lenha ou outra matéria combustível
empilhada, à qual se lança fogo.
Pinhão: cada uma das sementes contidas no fruto do pinheiro-do-paraná.
Pamonha: espécie de bolo feito de milho verde, leite de
coco, manteiga, canela, erva-doce e açúcar, e cozido em tubos das folhas do próprio milho ou de folhas de bananeira, atados
nas extremidades.
Pipoca: grão de milho rebentado ao calor do fogo.
Paçoca: doce de consistência sólida, feito com açúcar ou rapadura e fragmentos de amendoim
torrado.
Pé-de-moleque: doce feito de amendoim torrado pilado.
Fubá: farinha de milho.
Quadrilha: tipo de dança.
Roupas caipiras: roupas usadas pelas pessoas
que moram no campo.